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Na Operação Trapiche, os agentes da PF realizaram
buscas em vários endereços, em Minas Gerais (7), no Distrito Federal (3)
e em São Paulo (1). Os investigadores inseriram mandados de
prisão contra dois brasileiros que estariam no
Líbano, país de atuação do Hezbollah. No dia 16 de outubro,
o repórter Marcelo Godoy, do Estadão,
mostrou que a general americana Laura Richardson havia alertado para
“intenções malignas” da milícia radical no
Brasil, ao citar como as atividades do grupo radical na América Latina
são uma “preocupação”.
Um dos alvos presos nesta quarta-feira foi detido
no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. Com ele, a PF
apreendeu US$ 5 mil. Já o segundo alvo foi detido em uma panificadora,
também no Estado paulista. De acordo com o portal BBC News, que
conversou com pessoas próximas da investigação da PF,
o grupo supostamente já teria selecionado os
prédios da comunidade judaica, que seriam atacados. Os edifícios
escolhidos seriam sinagogas e até mesmo a Embaixada de Israel, em
Brasília.
De
acordo com a PF, os presos devem responder pelos crimes de constituir ou
integrar organização terrorista e de realizar atos preparatórios de
terrorismo. Eles estão previstos na Lei nº 13.260,
de 2016, chamada de Lei de Terrorismo. De acordo com a
legislação, a pena para constituir ou integrar organização terrorista
vai de cinco a oito anos de prisão, além do
pagamento de multa. No caso dos presos pela PF, considerando também a
preparação de ataques terroristas, a pena pode ser elevada para 15 anos
e seis meses de reclusão.
Em
uma nota divulgada nesta quarta-feira, 8, o
gabinete do primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, disse que o
Mossad, o serviço secreto do país, colaborou com as autoridades
brasileiras nas investigações da PF. Segundo Netanyahu, o grupo
descoberto no Brasil faz parte de uma rede da milícia radical que também
opera em outros países: “O Mossad agradece às
autoridades brasileiras por seu papel na prisão da célula terrorista
operando sob ordens do Hezbollah, que pretendia lançar um ataque contra
alvos da comunidade judaica no Brasil”, diz a nota.
O Hezbollah, cujo nome em árabe significa “Partido
de Deus”, é uma milícia xiita criada durante a guerra civil libanesa,
nos anos 80, financiada pelo Irã. Ela tem braços políticos,
sociais e militares, e professa uma visão radical do Islã.
Desde sua criação, foi responsável por atentados
no Oriente Médio, Europa e na América Latina, como o ataque na embaixada
israelense em Buenos Aires, em 1992, que deixou 29 mortos.
O
grupo atua no Líbano, país que considera Israel como inimigo.
Em 2008, o Hezbollah lutou em uma guerra sangrenta
que durou 34 dias, contra Israel. Na última sexta-feira, 3, o
chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, chamou a
guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas de “guerra santa”.
Desde o início do conflito no início de outubro, a milícia degladia-se
com o exército israelense na fronteira libanesa, aumentando a tensão na
região.
Fonte: Estadão
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