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Jornal Rede Metrópole Litoral: 14/11/2023

LULA IGUALA AÇÕES DE ISRAEL ÀS DO HAMAS



 
   

 

 
 

    

     Lideranças políticas e religiosas rebateram a declaração de Lula de que a reação do governo israelense é tão grave quanto as ações do grupo terrorista Hamas. A fala foi classificada por autoridades como equivocada e "fruto de desconhecimento" sobre a "selvageria" do Hamas. "Se não for desconhecimento, é um antissemitismo forte e arraigado", declarou o rabino Rav Sany.  "Israel tem o Exército mais ético do mundo, avisando a população civil com antecedência reiteradas vezes, por diversos meios, para sair do local — fato que é proibido pelo Hamas. Se alguém sai, leva tiro do próprio Hamas, que também assassina seu próprio povo", afirmou.

     "Nessa guerra, depois do ato provocado, e eu digo ato de terrorismo do Hamas, as consequências da solução do estado de Israel são tão graves quanto foram as do Hamas. Porque eles estão matando inocentes sem nenhum critério. Jogar bomba onde tem criança, onde tem hospital, a pretexto de que um terrorista está lá, não tem explicação. Primeiro vamos salvar as crianças, as mulheres, aí depois faz a briga com quem quiser fazer", disse Lula.

     Representantes da comunidade israelita no Brasil reagiram à declaração de Lula. O líder do Grupo Parlamentar de Amizade Brasil-Israel, deputado Gilberto Abramo (Republicanos-MG), definiu o comentário como "equivocado", pois ele conhece a situação de conflito na Faixa de Gaza, "mas não admite a realidade dos fatos".

     O presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib), Claudio Lottenberg, classificou como "equivocadas e perigosas" as falas de Lula."Além de equivocadas e injustas, falas como essa do presidente da República são também perigosas. Estimulam entre seus muitos seguidores uma visão distorcida e radicalizada do conflito".

     Já o presidente executivo do grupo StandWithUs Brasil disse que as falas de Lula são graves. “O presidente brasileiro equiparou Israel, um Estado democrático com um grupo terrorista com intentos abertamente genocidas que massacrou cerca de 1.200 pessoas – dentre elas, três brasileiros – e sequestrou 240 pessoas”, disse a entidade. “Israel não mata ‘inocentes sem nenhum critério”, acrescentou.

     A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) disse que se trata de "mais uma fala desastrosa do atual presidente da República". "É um movimento que coloca o Brasil como um anão diplomático. Israel é um Estado legítimo — Hamas é um grupo terrorista", defendeu. "Lamentamos ter um presidente que parece ter um lado nessa história", finalizou.

     "Ao contrário de criticar Israel, o presidente Lula deveria agradecer ao país, cujos serviços de segurança alertaram a Polícia Federal brasileira sobre a possibilidade de atentados do Hezbollah em nosso país. Três suspeitos já foram presos. Gente inocente morreria aqui também", diz o senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Israel.

     "As declarações do presidente Lula equiparando as ações de autodefesa de Israel aos atos terroristas do Hamas têm que ser repudiadas. Cada vez mais nós assistimos a diplomacia presidencial se afastando do que pensam as democracias ocidentais", afirmou o senador Sergio Moro (União Brasil-PR).

     "É infeliz fazer essa comparação. Não ajuda nos esforços dipolomáticos. Hamas é um grupo extremista que prega a aniquilação de Israel. O Brasil precisa assumir isso", afirma Morris Kachani, diretor do Instituto Brasil-Israel. "É uma pena que o governo do Brasil, frente à tragédia da guerra, perca o equilíbrio e a ponderação, reduzindo a possibilidade de contribuir de maneira decisiva e propositiva com negociações entre as várias partes no conflito", diz o Instituto Brasil-Israel, em nota.

     Em outubro, Lula condenou o ataque terrorista do grupo Hamas a um festival de música eletrônica em Israel, no dia 7, e também reprovou a reação israelense ao episódio. "Fico lembrando que 1.500 crianças já morreram na Faixa de Gaza. Crianças que não pediram para o Hamas fazer o ato de loucura e terrorismo que fez atacando Israel, mas que também não pediram que Israel reagisse de forma insana e matasse eles, exatamente aqueles que não têm nada a ver com a guerra, só querem viver e brincar, aqueles que não tiveram o direito de ser crianças", declarou Lula. 

 

Fonte: R7

 

 

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