|
Gasolina com 30% de etanol foi aprovada em testes, apesar das falhas em
carros mais antigos, e pode ajudar a controlar o aumento do preço da
gasolina no Brasil.
Enquanto o mercado internacional
acompanha de perto as conseqüências do confronto entre Irã e Israel, o
Governo brasileiro prepara mudanças na política de combustíveis para
conter qualquer possibilidade de aumento no preço do barril de petróleo.
Esse movimento vem sendo ensaiado desde o final de 2024, quando o
Ministério de Minas e Energia (MME) aprovou o protocolo de testes para a
gasolina E30, que começaram em janeiro deste ano tanto em carros novos
quanto em carros mais antigos.
A ANP suspendeu sua fiscalização de
qualidade dos combustíveis por falta de verba. Embora o resultado dos
testes foi divulgado em fevereiro, os testes foram feitos pelo Instituto
Mauá de Tecnologia e a quantidade de etanol misturado na gasolina
poderia chegar a 32%.
Entre os problemas enfrentados ao longo
dos testes, alguns carros apresentaram dificuldades na partida e outros,
marcha lenta e instável. Nos testes de desempenho, apenas na retomadas
de 80 a 120 km/h os veículos mais antigos (lançados entre as fases L2 e
L3 do Proconve) apresentaram variações significativas, que iam de -1,38
s e + 2,24.
Por fim, os testes de emissões também
não apresentaram nenhuma diferença em relação à gasolina E27, o que já
era esperado. A idéia com o aumento de etanol na mistura não é reduzir
as emissões de CO2 no escapamento dos carros, mas sim melhorar o ciclo
de carbono, uma vez que a cana de açúcar (matéria prima do etanol)
captura o gás carbônico na atmosfera.
Agora, no entanto, a proposta do
Governo Federal é aumentar a mistura de etanol na gasolina para 30% para
evitar o aumento do preço da gasolina, fato que pode ocorrer com os
conflitos no Oriente Médio. O projeto de lei, prevê aumentar a
quantidade de etanol na gasolina, em até 35%. Atualmente, a gasolina
pode conter entre 18% e 27,5% de etanol, mas a legislação permite
aumentar esse limite para até 35%, desde que comprovada a viabilidade
técnica.
O etanol tem um custo menor em
comparação com a gasolina pura, e sua maior participação na mistura pode
reduzir o preço médio do combustível nas bombas.
Com relação ao consumo, carros flex
podem ter um ligeiro aumento no consumo, já que o poder calorífico do
etanol é menor que o da gasolina, o que pode não gerar grande vantagem
financeira, visto que a nova gasolina será em média, R$ 0,20 centavos
mais barata.
Outro fator, é que carros antigos e
modelos que não são flex podem apresentar dificuldades, especialmente na
partida a frio. Estudos estão sendo realizados para garantir que o
aumento do etanol na gasolina não cause problemas nos motores dos
veículos.
Se aprovado, o percentual máximo de
etanol na gasolina poderá variar entre 22% e 35%, dependendo da
disponibilidade de combustíveis e da safra da cana. Esta é uma medida
que pode trazer alguns benefícios ambientais, mas também exige atenção
aos impactos nos motores dos veículos, especialmente os mais antigos.
LEIA TAMBÉM
|
|