A
SpaceX concluiu com sucesso mais um vôo experimental da nave Starship,
no domingo (13), que incluiu uma manobra inédita no retorno do foguete
Super Heavy ao seu local de lançamento em Boca Chica, na Flórida
(Estados Unidos). Este foi o quinto teste do sistema que pode levar a
humanidade a Marte, como promete Elon Musk.
O
propulsor colocou a espaçonave maior do que a Estátua da Liberdade em
órbita antes de iniciar o retorno à Terra. Durante a queda rumo à base,
três dos seus 33 motores Raptor foram ligados para auxiliar na
desaceleração e enquanto isso, dois grandes braços de metal acoplados à
torre de lançamento se abriram para “agarrar” o foguete, realizando uma
manobra até então inédita. “Um dia para os livros de história da
engenharia”, comemorou a equipe envolvida na missão, durante a
transmissão oficial do evento, após o pouso bem-sucedido.
A
manobra completa que levou o Super Heavy de volta à base com segurança é
um dos últimos passos para a SpaceX ter o primeiro sistema de lançamento
espacial totalmente reutilizável do mundo. Nos demais quatro testes, o
propulsor havia explodido ou pousado no Golfo do México.
O
voo começou às 8h25 (horário de Brasília), e a missão trouxe inovações
ousadas. A manobra, nunca antes realizada com sucesso, foi descrita por
Kate Tice, gerente de sistemas de qualidade da SpaceX, como
“insana” e
“mágica”, marcando um momento histórico na engenharia aeroespacial.
A
recuperação do booster Super Heavy não foi o único destaque da missão.
A
segunda parte do foguete, chamada apenas de Starship, foi lançada em
direção ao espaço. Apesar de o objetivo não ser sua recuperação, a
espaçonave completou sua fase de vôo com sucesso antes de cair no Oceano
Índico cerca de 65 minutos após a decolagem. Durante esse tempo, o
Starship ligou três de seus motores para um controle preciso antes de
explodir ao tocar a superfície da água, conforme planejado.
O
sucesso desse vôo representa um avanço significativo para a SpaceX, que
pretende usar o Starship para missões lunares e, eventualmente, para
transportar seres humanos a Marte. Elon Musk comemorou a conquista em
suas redes sociais, destacando que esse foi um “grande passo para tornar
a vida multiplanetária”.
A
NASA também aposta alto no Starship, tendo selecionado o veículo como o
primeiro módulo lunar tripulado para sua missão Artemis 3, prevista para
2026. A missão pretende levar astronautas de volta à Lua, e o desempenho
do Starship nos próximos testes será crucial para atender a esse
cronograma ambicioso.
O
sucesso da captura do booster representa um avanço na reutilização
rápida de foguetes. A SpaceX tem como objetivo reduzir o tempo
necessário entre os vôos, tornando as viagens espaciais mais econômicas
e frequentes. Essa eficiência poderá acelerar o desenvolvimento de
tecnologias necessárias para longas missões interplanetárias, como a
colonização de Marte.
Os
lançamentos envolvendo os propulsores reutilizáveis Falcon 9, outro
sistema da SpaceX, custam em torno de US$ 67 milhões por vôo ou US$
1.500 para cada 450 g de carga útil. O mecanismo já oferece uma redução
considerável em comparação com o antigo ônibus espacial, que custava US$
25 mil pela mesma quantidade de carga.
Esses valores devem cair ainda mais quando o Super Heavy e a Starship
estiverem prontos para voar. A companhia estima cobrar US$ 10 milhões
por vôo com o novo sistema, possibilitando realizar uma série de
atividades no espaço, como a mineração de asteroides, o desenvolvimento
de fábricas espaciais e até a colonização de Marte, desejada pelo
bilionário.
Fonte: sociedademilitar.com.br/ tecmundo.com.br
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