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        A Força Aérea Brasileira (FAB) impôs sigilo de 
        cinco anos sobre os custos operacionais dos vôos realizados pelo governo 
        Lula (PT) para buscar a ex-primeira-dama do Peru Nadine Heredia e 
        trazê-la ao Brasil. Condenada por corrupção pela Justiça peruana, Nadine 
        Heredia recebeu asilo diplomático do governo petista em abril deste ano. 
        A ex-primeira-dama do Peru chegou em Brasília no dia 16, em um avião da 
        FAB.      
        O gabinete do Comando da Aeronáutica, comandado pelo tenente-brigadeiro 
        do ar Marcelo Kanitz Damasceno, referendou que a informação está em 
        sigilo por cinco anos. “Os custos operacionais da 
        Força Aérea Brasileira são dados de caráter reservado, com prazo de 
        restrição de acesso reservado, conforme o inciso III, do § 1º, do art. 
        24, da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011. A informação foi 
        classificada conforme o inciso VI, do art. 23, da Lei Federal nº 12.527, 
        de 18 de novembro de 2011″, informou o gabinete do Comando da 
        Aeronáutica.      
        A movimentação do governo do presidente Lula para conceder asilo 
        político para Nadine Heredia e o uso do avião da FAB para transportá-la 
        do Peru ao Brasil despertou a fúria da oposição, que cobrou explicações 
        do Itamaraty e do Palácio do Planalto. O assunto voltou à pauta nesta 
        quarta-feira (25/6), após o Itamaraty informar que o governo brasileiro 
        não pagaria o traslado do corpo de Juliana Marins – morta após cair de 
        uma trilha em vulcão na Indonésia – ao Brasil. 
        “Não há base legal nem dotação orçamentária para o Estado custear 
        traslados”, explicou o Itamaraty.      
        Ainda segundo a pasta, o Decreto nº 9.199/2017 estabelece que a 
        assistência consular não inclui o pagamento de despesas com sepultamento 
        e traslado de corpos de brasileiros falecidos no exterior, nem despesas 
        com hospitalização, exceto em casos médicos específicos e atendimento 
        emergencial de caráter humanitário.
 
         A brasileira Juliana Marins, que 
        morreu em um acidente em uma trilha vulcânica na Indonésia.   Em audiência com senadores realizada em maio, o 
        ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que o uso de 
        aeronave da FAB para transportar Nadine Heredia ao Brasil se
        “justifica pela urgência”. “A senhora Heredia foi 
        submetida a uma cirurgia grande e grave recentemente, relacionada à 
        coluna cervical, e está em recuperação. Ela também tem um filho menor de 
        idade, que ficaria desassistido, tendo em vista que seu marido está 
        detido. A concessão de asilo diplomático é prática tradicional do Brasil 
        e da nossa região.” “A concessão do asilo diplomático obedece a um rito 
        protocolar. Não cabe discussão do mérito, dadas as circunstâncias de 
        urgência humanitária em que se encontrava a ex-primeira-dama do Peru e 
        seu filho”, acrescentou.
      
        Nadine Heredia é casada com o ex-presidente do Peru Ollanta Humala, que 
        governou o país entre 2011 e 2016. Os dois foram condenados em abril a 
        15 anos de prisão por lavagem de dinheiro na eleição de 2011, num 
        processo envolvendo a construtora brasileira Odebrecht e o governo da 
        Venezuela.      
        A FAB empregou a aeronave E-135 Shuttle (VC-99C) de sua frota. A mesma 
        possui capacidade para 14 tripulantes e sua tripulação, na ocasião,  
        foi composta por seis militares, cada um com diárias de cerca de R$ 7,5 
        mil.       
        Fonte: Revista Oeste/ Metrópoles/ G1
     
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