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        Em 4 de outubro de 2024, dois dias antes das eleições municipais, uma 
        denúncia anônima fez a Polícia Federal (PF) ir a uma agência do Banco do 
        Brasil na Avenida Barão do Rio Branco, em Castanhal, cidade a 70 km de 
        Belém, capital do Pará.      Ao 
        chegar no local, a PF encontrou o policial militar Francisco Galhardo, 
        com R$ 5 milhões em espécie. Galhardo foi flagrado do lado de fora do 
        banco, no momento em que entregava R$ 380 mil a uma pessoa, identificada 
        como Geremias Hungria. Todos foram presos em flagrante, acusados de 
        crime eleitoral, e um inquérito foi aberto para apurar a origem e o 
        destino do dinheiro.       O 
        celular apreendido naquele dia com o PM, levou os investigadores a 
        suspeitas que vão além da compra de votos. A investigação teve início 
        após a prisão do policial militar, que sacou os R$ 5 milhões, às 
        vésperas das eleições municipais de 2024. Conversas encontradas em seu 
        celular apontam para pagamentos suspeitos no mesmo dia em que o 
        consórcio formado por duas empresas que venceu uma licitação de R$ 142 
        milhões para obras da 
        Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), 
        em Belém. Segundo a PGR, Galhardo se encontrou com o secretário de Obras 
        Públicas do estado, Ruy Cabral, dias após o saque.     
        No celular, a PF encontrou também, 
        tratativas de compra de votos e confirmou as suspeitas do ilícito 
        eleitoral. Mas o aparelho forneceu mais informações e resultou na 
        descoberta de fortes indícios de uma série de outros crimes, entre eles, 
        corrupção na licitação do governo do Pará relacionada à (COP30).      
        As mensagens revelaram que o PM Francisco Galhardo era, na verdade, um 
        funcionário do deputado federal Antônio Doido (MDB-PA), e desempenhava 
        todo tipo de função, desde a segurança do parlamentar até o saque, 
        transporte e entrega de valores milionários. Além do saque de R$ 5 
        milhões pelo qual foi preso, os investigadores descobriram que, entre 
        2023 e 2024, Francisco Galhardo sacou R$ 48,8 milhões, de acordo com 
        dados enviados pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).      
        O dinheiro foi sacado de contas de duas construtoras: a J.A Construcons 
        e a JAC Engenharia. A primeira empreiteira tem como sócia Andréa Dantas, 
        mulher do deputado federal Antônio Doido. A segunda está registrada em 
        nome de Geremias Hungria, funcionário de uma fazenda do deputado, e o 
        mesmo homem preso ao receber os R$ 380 mil de Francisco Galhardo, o PM 
        que também trabalha para Doido.      
        A PGR sustenta que Antônio Doido, o PM Galhardo e o secretário Ruy 
        Cabral, integram uma organização criminosa voltada à prática de crimes 
        contra a administração pública e fraudes em contratos. Há ainda, 
        suspeitas de delitos eleitorais e infrações ao sistema financeiro 
        nacional.     
        As duas empresas citadas, já receberam cerca 
        de R$ 911 Mi, entre 2020 e 2024, e as duas são ligadas ao deputado 
        federal Antônio Doido (MDB-PA).
 
 
 Fonte: Metrópoles/ Jetss.com
     
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