Nesta quinta (23), o presidente
Lula ironizou o plano do PCC de matar Sérgio Moro e sua família, que foi
interceptado pela PF. Em uma declaração, Lula afirmou que o plano se
trata de "mais uma armação de Moro". O deputado federal Deltan Dallagnol
afirmou que o petista cometeu crime de responsabilidade e quebra de
decoro com suas palavras e o líder da oposição no senado, Rogério
Marinho afirmou que vai à Procuradoria Geral da República pedir que Lula
seja investigado pela divulgação de notícias falsas.
O PLANO:
O
plano de sequestro e homicídio contra autoridades, incluindo o senador
Sergio Moro (União Brasil-PR) e um promotor de Justiça, por parte do PCC
vinha sendo investigado pelo Ministério Público de São Paulo desde o fim
de janeiro deste ano. O objetivo dos criminosos era matar Moro, a mulher
dele, Rosangela, e os filhos do casal.
De
acordo com as investigações, os suspeitos planejavam, inclusive,
homicídios e extorsão mediante sequestro em pelo menos cinco unidades da
federação. Os ataques poderiam ocorrer de forma simultânea.
Depois de descobrir o plano, o MP de São Paulo compartilhou as
informações com a Polícia Federal. De acordo com as investigações, o
sequestro e a morte de Moro e de outras autoridades seriam feitos para
obter dinheiro e conseguir o resgate de Marcos Willians Herbas Camacho,
o Marcola, líder do PCC. Outro alvo dos criminosos era o promotor de
Justiça Lincoln Gakiya, que desde o começo dos anos 2000 investiga a
facção que age inclusive dentro dos presídios e fora do país. Gakiya
vive há mais de dez anos sob escolta policial, 24 horas por dia, por
causa das ameaças de morte recorrentes que recebe.
A
retaliação a Moro era motivada por mudanças no regime de visitas em
presídios. Criminosos também trabalhavam com a ideia de sequestrar o
senador como forma de negociar a liberação de Marcola. Ao menos dez
criminosos se revezavam no monitoramento da família do senador em
Curitiba, segundo agentes. Os alvos alugaram chácaras, casas e até um
escritório ao lado de endereços do senador. A família de Moro também
teria sido monitorada por meses pela facção criminosa, apontam os
investigadores.
BRAÇOS EM
GUARUJÁ
Com
a operação deflagrada pela Polícia Federal, na quarta-feira (22), que
investiga os planos dos atos criminosos contra as autoridades,
descobriram informações sobre a rotina de Sérgio Moro. Tais anotações
foram encontradas na casa de uma mulher, que fica em Guarujá, tornando-a
um dos alvos da operação.
Segundo a superintendência da PF, outras autoridades também estavam
sendo monitoradas pela facção.