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A
mineração do sal-gema está por trás do afundamento do solo observado em
cinco bairros de Maceió. Uma das minas da petroquímica Braskem está
cedendo a uma velocidade de 62 centímetros por dia, conforme informou a
Defesa Civil da capital alagoana. Há risco de surgimento de uma imensa
cratera na região.
O
sal-gema nada mais é que o cloreto de sódio, a mesma substância do sal
de cozinha. A diferença é que o sal que usamos na comida é extraído do
mar, enquanto o sal-gema é encontrado em jazidas subterrâneas, formadas
há milhares de anos a partir da evaporação de porções do oceano. Por
existir em quantidades maiores, o sal-gema é empregado principalmente na
indústria química, na produção de soda cáustica e policloreto de vinila.
A extração em Maceió começou em 1976 para a produção de dicloroetano. Na
época, a Braskem se chamava Salgema Indústrias Químicas S/A.
Conforme a empresa, o sistema de extração era o seguinte: um poço era
cavado e injetava água na camada de sal, gerando uma salmoura. Esta
solução era retirada das minas para a superfície, enquanto os poços
cavados eram preenchidos com material líquido para conceder uma espécie
de estabilidade ao solo. No caso das minas da Braskem, houve um
vazamento de líquido, trazendo instabilidade.
A região
no entorno da lagoa do Mundaú envolve bairros como Mutange, Bebedouro,
Pinheiro, Bom Parto e Farol, localidades que, desde 2019, já tiveram
quase 60 mil pessoas abandonando as próprias casas por medo dos tremores
de terra e das rachaduras nos imóveis. O problema das minas em Maceió
veio à tona em 2018, quando começaram a aparecer as primeiras rachaduras
em casas e ruas. Desde então, 14 mil imóveis foram desocupados em cinco
bairros da cidade, afetando 55 mil pessoas.
O
bairro Mutange, onde fica a mina em risco de colapso, já havia sido
evacuado completamente desde que o problema começou. Bairros vizinhos
(Bom Parto, Bebedouro e Pinheiro) também foram evacuados, mas não
completamente. Mesmo que algumas famílias continuassem ali, muitos
saíram voluntariamente. Um hospital também transferiu todos os
pacientes.
A
Braskem informou que continua monitorando a situação da mina e que
“continua tomando todas as medidas cabíveis para minimização do impacto
de possíveis ocorrências” e segue colaborando com as autoridades
competentes.
Fonte: nsctotal.com.br
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