Após
10 anos do incêndio que matou 242 pessoas na Boate Kiss e deixou 636
sobreviventes, não só a vida das famílias das pessoas que morreram
mudou, mas também a vida de toda uma cidade. Verdadeiramente o fato
chocou todo o Brasil e repercutiu também em vários países.
27
DE JANEIRO DE 2013
Um
incêndio em uma Boate na cidade de Santa Maria no Rio Grande do Sul, foi
provocado por uma série de escolhas e erros humanos.
A
festa Agromerados, foi organizada
por estudantes de 6 cursos técnicos e universitários da Universidade
Federal de Santa Maria. Iniciando às 22h do dia 26 de janeiro de 2013 e
terminando no dia 27, recebeu cerca de mil pessoas.
No
início do incêndio, houve uma terrível falta de comunicação entre os
seguranças próximos do palco e os da portaria, que por sua vez, não
deixaram que os estudantes saíssem da boate logo no início do incêndio.
Uma série
de erros culminaram em uma tragédia praticamente anunciada:
1 - Segundo investigações a
boate só tinha capacidade para 700 pessoas e cerca de mil estavam na
festa.
2 - O local não possuía
sinalização de rota de fuga
3 - Mesmo que possuísse
ficaria difícil orientar-se pela sinalização, devido a fumaça, baixa
iluminação por se tratar de uma festa noturna e quantidade de pessoas
desesperadas.
4 - O estabelecimento possuía
apenas uma porta de saída
5 - O estabelecimento não
podia organizar eventos pirotécnicos pois o local não tinha preparação
para tal...
Dentre essas, muitas outras causas foram suficientes para a morte das
242 pessoas.
Além
da dor que a tragédia causou às famílias das vítimas, elas ainda tiveram
que travar uma longa batalha judicial para conseguirem a justiça
esperada.
As
investigações incluíram um inquérito policial, um processo judicial e
uma comissão parlamentar de inquérito. Os dois sócios da Boate, o
vocalista da banda Gurizada Fandangueria
e o ajudante da banda foram
submetidos ao julgamento do Tribunal do Júri por homicídio doloso por
dolo eventual. Os quatro acusados foram condenados pelo júri popular e
sentenciados a penas que chegariam à 22 anos e seis meses de prisão.
Em 3
de agosto de 2022, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul julgou
recursos das defesas que alegaram diversas nulidades processuais e
anulou as condenações e todo o processo do Júri, desde a fase da seleção
dos jurados até a sentença. A anulação ocorreu por maioria de dois votos
a um e todos os réus foram soltos no mesmo dia da anulação júri.
Além
de gerar grande comoção pública, o caso também repercutiu mundialmente
em vários veículos internacionais, tais como: CNN, BBC, Al Jazeera, El
Pais, Diário de Notícias, Le Monde, Corriere della Serra, The New York
Times e outros.
No
Brasil uma minissérie está na Netflix e retrata todos os fatos acontecidos, processos e a repercussão dos fatos, assim como também o processo
sofrido pelos pais das vítimas. Baseada no livro
Todo Dia a Mesma Noite
de Daniela Arbex, a minissérie de mesmo nome produzida pela
Morena
Filmes, está no topo da parada das mais assistidas.
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