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        O ministro Carlos Lupi, da Previdência Social, afirmou na sexta-feira 
        passada (5) que a pasta passará o pente-fino em 800 mil benefícios 
        temporários, como o auxílio-doença, a partir do mês de agosto.
        “Não é bem revisão de benefícios: é uma checagem 
        de possíveis irregularidades, porque só pode rever aquilo que você tem 
        certeza. Então, a gente tem que primeiro checar, ver onde estão essas 
        irregularidades, como foram cometidas”, disse Lupi a jornalistas, 
        após cerimônia pelos 34 anos do INSS (Instituto Nacional do Seguro 
        Social), em Brasília.     
        O governo do presidente Lula tem feito uma revisão 
        de gastos orçamentários, com o objetivo de encontrar possíveis 
        irregularidades. Esse trabalho começou a ser feito bem antes de o 
        mercado financeiro colocar pressão sobre o Executivo para a revisão 
        desses gastos.      
        Segundo o ministro, isso está sendo feito pelo INSS em parceria com o 
        setor de perícia médica do Ministério da Previdência. O trabalho de 
        checagem, iniciado em agosto, não tem prazo para terminar. Os dados 
        serão avaliados e cruzados e as pessoas serão comunicadas, sem, 
        necessariamente, convocação presencial.     
        Além do auxílio-doença, também entrará na análise 
        a aposentadoria por invalidez — que pode ser revertida em caso de 
        recuperação do trabalhador. A lei determina que as revisões devem ser 
        feitas a cada dois anos, mas de acordo com as autoridades, elas não eram 
        feitas desde 2019, ou seja, no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro 
        (PL).      Na 
        semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou, após 
        reunião com o presidente Lula, que foi determinada a preservação do 
        arcabouço fiscal e corte de R$ 25,9 bilhões em despesas com benefícios 
        sociais, como auxílio-doença, aposentadorias por invalidez e o BPC 
        (Benefício de Prestação Continuada), para valer em 2025.
        “Nós já identificamos, e o presidente autorizou 
        levar à frente, R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias que vão ser 
        cortadas depois que os ministérios afetados sejam comunicados do limite 
        que vai ser dado para a elaboração do Orçamento 2025”, disse 
        Haddad, enfatizando que os números não foram 
        “tirados da cartola”, mas foram fruto de um trabalho de 90 dias 
        do Ministério do Planejamento e Orçamento.      
        Segundo o governo, pessoas com deficiência não serão convocadas para 
        análise, porém contas de "pessoas fictícias", criadas pelo crime 
        organizado para receber, por exemplo o BPC, é que estão na mira do pente 
        fino.        LEIA TAMBÉM 
       
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