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        Os casos de intoxicação por metanol 
        investigados no país aconteceram após a ingestão de bebidas alcoólicas 
        destiladas, como vodka, cachaças, gin e uísque. Bebidas que passam por 
        processo de destilação costumam ter maior valor agregado, gerando maior 
        lucro na falsificação. Apesar disso, bebidas alcoólicas fermentadas, 
        como vinho, chope e cerveja, também podem ser adulteradas, segundo o 
        farmacêutico-bioquímico do Centro de Informação e Assistência 
        Toxicológica da Unesp, em Botucatu, Alaor Aparecido Almeida. 
        “Principalmente os vinhos, que têm maior valor agregado. E também maior 
        teor etanol. Um pouco do metanol vai existir naturalmente no processo de 
        produção, mesmo nas fermentadas”.
              De 
        acordo com o especialista, o metanol faz parte do processo natural de 
        produção, mas tem um limite de concentração permitida na bebida: não 
        pode ultrapassar 20 miligramas por 100 ml, de acordo com instrução 
        normativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.      A ação 
        tóxica do metanol no organismo é seis vezes maior que a do etanol, e 
        pode comprometer o sistema ocular, levando à perda de visão temporária 
        ou permanente. Ainda não é possível apontar se criminosos estão 
        misturando metanol diretamente ou se adquirem etanol de baixa qualidade 
        contaminado com altos teores de metanol. O pesquisador Alaor Aparecido 
        Almeida destaca que não é possível perceber a adulteração pela cor, odor 
        ou sabor. “O etanol e o metanol apresentam, praticamente, as mesmas 
        características. Então, é muito difícil você saber através de cor, odor 
        ou sabor”.
 Neste momento, a recomendação para os consumidores é 
        evitar a ingestão de bebida alcoólica destilada e prestar atenção a 
        sintomas incomuns ao consumir bebidas alcoólicas. Ao perceber qualquer 
        sinal fora do comum, o consumidor deve procurar atendimento médico. 
        Vodca, gin e cachaça lideram lista de bebidas com maior risco de 
        adulteração; especialista explica métodos de identificação e alerta 
        sobre preços muito baixos
      As 
        bebidas destiladas, como vodca, uísques, gin e cachaça, são as mais 
        propensas à adulteração por metanol, devido a fatores técnicos e 
        financeiros. A informação foi compartilhada por Ubiracir Lima, químico 
        industrial e conselheiro do Conselho Federal de Química, em meio à atual 
        crise de intoxicação por metanol no Brasil. No caso da cerveja, a 
        presença de metanol é mínima devido ao seu processo de fabricação. A 
        bebida necessita de um polissacarídeo específico, chamado pectina, para 
        gerar metanol durante a fermentação, resultando em quantidades muito 
        pequenas, diferentemente do processo utilizado na produção de bebidas 
        destiladas.      
        Pesquisadores de diversas universidades brasileiras estão desenvolvendo 
        e adaptando métodos químicos para detectar a presença de metanol em 
        bebidas. Entre as iniciativas, destacam-se os testes colorimétricos, que 
        permitem identificar a presença da substância por meio de reações 
        químicas que produzem alterações de cor. O método cromatográfico, 
        considerado clássico e mais preciso, também é utilizado, embora seja 
        mais complexo e demorado. Para o momento atual, os testes colorimétricos 
        apresentam-se como alternativa mais prática, oferecendo resultados do 
        tipo positivo ou negativo.   SANTOS 
        COMPRA ETANOL PARA COMBATER INTOXICAÇÕES: 
 Prefeitura de Santos comprou o antídoto como medida 
        preventiva, após investigar e descartar um caso suspeito. O insumo será 
        usado em situações emergenciais, segundo a Secretaria de Saúde. A 
        Prefeitura de Santos, informou que a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) 
        comprou, de forma emergencial, ampolas de álcool absoluto injetável, 
        usado como antídoto para intoxicação por metanol. Apesar da medida, não 
        há casos suspeitos na cidade.
      Segundo 
        a administração municipal, a compra foi feita para garantir o insumo em 
        estoque diante dos últimos casos registrados no país. A quantidade 
        adquirida não foi divulgada. Em casos de intoxicação por metanol, os 
        sintomas iniciais incluem náuseas, vômitos, dor de cabeça e tontura. 
        Entre 8 e 24 horas após a ingestão, pode ocorrer acidose metabólica 
        grave, uma condição crítica que pode levar ao coma e à morte se não 
        houver intervenção rápida com o antídoto adequado.      Outro 
        sinal importante é a presença de alterações visuais, como visão turva ou 
        perda parcial da visão. Esse quadro pode evoluir rapidamente e exige 
        atenção médica imediata.      A 
        Prefeitura de Santos informou que todos os serviços de saúde da cidade, 
        públicos e privados, foram orientados a notificar imediatamente casos 
        suspeitos de intoxicação por metanol à Seção de Vigilância 
        Epidemiológica, conforme norma do Ministério da Saúde. 
        
 Fonte: G1/ Agenciabrasil.ebc.com.br
     
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